Um Casarão em São Cristóvão

Um Casarão em São Cristóvão

“Adoro começar a ler um livro pela textura da capa, pelo cheiro, pelas cores, formato das letras e som do folhear das páginas. O livro já começa a conversar comigo nas sensações que me provoca ao segurá-lo, ao sentir seu peso, o toque de suas páginas. Gosto de ser seduzida pelo livro. Mas e quando o livro é lido no computador? A experiência vem sem essa materialidade e fica tudo a cargo da história.
Um Casarão em São Cristóvão começa te dando uma sensação logo na primeira frase: “Perdia-se na escuridão. Dessas que não anulam apenas o ver, mas que apertam a garganta..”. Logo na primeira frase você é fisgado a continuar, é colocado dentro do casarão junto com Luiza, Janice, um quase barão, Teobaldo e Antônio. Se você ler apenas o primeiro parágrafo, será seduzido e em poucos segundos vai morar com eles por essa história que brinca com a realidade, que mostra sua poesia cheia de metáforas, surrealismo, sem deixar de apresentar a crueza dos fatos em camadas profundas.
O livro tem essa aura gostosa, uma escrita sedutora, é de ficar apaixonada não só pela história, mas por frases, pela forma que as palavras são colocadas, por personagens que são demasiado humanos, cheios de erros e tentativas de acerto.
É de ver beleza na história de personagens que existem apesar dos seus ‘quases’.
Obrigada por esta experiência!
Obrigada por esta história!”
Glauce Carvalho
Paulista, historiadora, produtora e diretora teatral, atriz e escritora de livros infantis.
Atualmente mora no Japão.